quarta-feira, 8 de março de 2006

(in)convenientes

acordar, então, ainda que mal se tenha dormido, um bom motivo desta vez, desfrutar de um bom papo com amiga das mais queridas e de bons biscoitos feitos para essas fomes de madrugadas, fomes que dóem menos e biscoitos que alimentam mais porque compartilhados, outros dois motivos, um bom, desfrutar da companhia desta que me alegra só com o poder chamá-la amiga, e outro nem tanto, enfrentar uma fila de banco no tentar agradar à prima a mais querida, alguns minutos neste caso, duas horas duas-horas-mesmo no outro, três passadas quando das panquecas de um vegetal que me faz pensar em espinafre mas que não é espinafre, e o tragicômico estar-no-lugar-errado-na-hora-errada-falando-a-coisa-errada, desnovelar o embaraço em riso, um riso tão riso e meio castigo que chega a doer na boca do estômago, só a gente mesmo, imagine se não fosse só a gente, a Rô também, teria sido muito pior, ou melhor, dependendo do ponto-de-vista, tragédia ou comédia, não vou dizer aquela do pedaço de mim, mas não deixa de ser melancólico ver um pedaço de você escapar pela janela do ônibus, depois de você, só o sono rotineiro e roteiros de sonho, um bom ponto final, dependendo do ponto-de-vista, claro, ou não tão claro assim

you think i got my eyes closed, but i’m looking at you the whole fucking time

[você pensa que meus olhos estão fechados, mas estou olhando pra você a porcaria do tempo todo]

(créditos: Pearl Jam)