terça-feira, 17 de outubro de 2006

Reconhecimento

poderia colocar a letra de “roda viva” aqui, já que estou ouvindo o programa agora e ouvi a canção várias vezes esta tarde, mas deixo, mais uma coisa, pra depois

Porque hoje escolho outra, outra que me surpreendeu:

Take it back - Her love rains down on me as easy as the breeze / I listen to her breathing, it sounds like the waves on the sea / I was thinking all about her, burning with rage and desire / We were spinning into darkness; the earth was on fire / She could take it back, she might take it back some day / So I spy on her, I lie to her, I make promises I cannot keep / Then I hear her laughter rising, rising from the deep / And I make her prove her love for me, I take all that I can take / And I push her to the limit to see if she will break / She might take it back, she could take it back some day / Now I have seen the warnings, screaming from all sides / It’s easy to ignore them (and) G-d* knows I’ve tried / All of this temptation, it (now? all?) turned my faith to lies / Until I couldn’t see the danger or hear the rising tide / She can take it back, she will take it back some day / She can take it back, she will take it back some day / She will take it back, she will take it back some day

(a tradução sai assim que eu estiver com saco e tempo pra fazer isso – sorry, Rafa, se você estiver aí...)

* respeito a opção dos autores por não grafar a palavra “God” (“Deus”, claro) por inteiro(a? Preciso mesmo estudar português), sabe-se lá por que motivos, que não cabe a mim questionar, já aprendi, e foi uma lição e tanto, a não sair por aí questionando questões de (des)crença a torto e a direito, embora às vezes o faça, e, que fique bem entendido, você lê, por sua conta, não minha, apenas se quiser, aqui neste espaço de livre-circulação de idéias e outros tipos de (não-)mercadoria mais ou menos barata

(entre parênteses estão as coisas que acho que escutei ou não escutei, vai saber...)

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Não a reconheci ao ler a letra, só ao ouvir o refrão, e acho que sei por quê: de tudo o que ouvi deles até agora, e não é muito, mas também não é tão pouco assim, graças às minhas mais recentes aquisições, The division bell incluso, álbum no qual esta canção está inclusa, aliás, como eu dizia, de tudo o que ouvi deles até agora, esta é, sem sombra de dúvidas, a coisa mais POP (sim, contando tanto com a “Another brick in the wall”, que quase ninguém, inclusive eu, sabe dizer ao certo qual das another-brick-in-the-walls é, tamanho o sucesso desta de que tratamos, quanto com a “Wish you were here”, que a imensa maioria das pessoas, inclusive eu, ouve pela primeira vez e pensa tratar-se de uma baladinha-para-corações-partidos – embora não deixe de ser, de uma certa forma –, e tudo) que eu jamais poderia imaginar!!!... rs Tanto que nem soa como Pink Floyd. Sim, Pink Floyd, ó, você, leigo como eu, você que, certamente, concordaria comigo, acho (me divirto com os meus “certamente, acho”, claro, rs). Claro que não escrevi o nome deles lá em cima pra não estragar o efeito-surpresa, rs. Nada contra o POP, muitíssimo pelo contrário, como bem o sabem os amigos e/ou os conhecidos que esquadrinham a mim e/ou à minha cedeteca, ambas (ela mais do que eu, que vivo fazendo combinações, de olhares, de gestos, de palavras, sobretudo, ficção, pra ver se consigo disfarçar essa minha incurável timidez) desavergonhadamente expostas a olhares curiosos. Ecletismo é palavra de ordem por aqui (como, aliás de novo, você já deve ter notado por aqui mesmo, agora falando deste blog tosco, como carinhosa e depreciativamente o chamo), ao menos no que se refere a música, cinema, literatura e afins. Mas que este foi, no mínimo, um reconhecimento extremamente engraçado, ah, foi!... Coisa da minha pré-adolescência, coisa que eu ouvia em rádio, caramba!... rs Coisa romantiquinha (a estudiosa-de-teorias-literárias em mim faria uma breve análise da letra aqui, se tivesse tempo e paciência pra isso e achasse que você aí também tem tempo e paciência pra isso, uma análise indicando, entre outras coisas, esse joguinho de poder entre Ele e Ela, com uma aparente vantagem, muito frágil, d’Ele sobre Ela, vantagem que mal e mal se sustenta ao longo de toda a letra e se desfaz justamente no refrão), quem diria – quem diria que o Floyd gravaria uma coisa dessas, não quem diria que eu ouviria uma coisa dessas, fãzaça de Bryan Adams (sim, isto mesmo que você leu, rsrsrs) que era e, hum, detesto confessar, mas há pecados dos quais não consigo me livrar (este deve ser por causa da minha primeira e longuééérrima história de amor platônico, que um dia ainda conto por aqui, se encontrar um motivo, e até já encontrei, uma placa na fachada de um escritório de advocacia, mais detalhes numa próxima ocasião, não quero perder o fio da meada), sou, mas só um pouquinho, fã só, não mais fãzaça, rs. Mas ainda curto “Have you ever really loved a woman?”, assim como curto, mais ainda, o filme, claaaro, rs. Quem me conhece, e nem precisa ser direito, sabe, todo mundo, Johnny Depp e tal. Post mais adolescente este, não? Coitado do Floyd. Mas a culpa foi deles, ora! Ninguém mandou gravar algo assim, tão “adolescente” mesmo, no bom e no mau sentido do termo, acho. E quem disse que eles não eram “adolescentes” (não, não na época dessa canção, não mais, eu sei, ao menos não mais cronologicamente falando e tal), adolescentes segundo os padrões de sua época, obviamente, mas adolescentes também, também no bom e no mau sentido do termo? E, como disseram que sou uma “adolescente tardia”, tenho todo o direito de, como o fiz, colocar a faixa pra repetir durante vinte e tantos minutos e ir tomar banho, pensando em como é estranho pensar que eu conhecia Pink Floyd muito antes do que eu pensava, que pra mim eles eram she-can-take-it-back-she-will-take-it-back-some-day, de um álbum relativa(e também ironica)mente menos pop, e não we-don’t-need-no-education ou how-i-wish-how-i-wish-you-were-here, de álbuns imensa(e também relativa)mente mais pop. Pensando e curtindo, que nem só de pensar vive o homem, quem dirá as adolescentes tardias como eu.