quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Hojeéoseudia,quediamaisfeliz!

Então, ontem (anteontem? Hoje? Anyway) eu estava me sentindo o que os English-speaking people chamam de miserável, ou melhor, miserable.* NO-fun-dO-dO-pO-çO, pra ser mais exata (bem redondo assim mesmo, e não porque é Skol, infelizmente, e sim porque é poço, é fundo, é buraco – mas como saber se o buraco é redondo? Ele pode ser oval, oval como o retrato oval de Poe, oval como pode ser a ferida do narrador, acho, no retrato oval de Poe, conforme pseudofilosofou e pseudofilosofaria um ex-colega meu que ainda vai ficar muito famoso e muito rico como o Paulo Coelho, deus-nos-ouça e o faça lembrar de seus ex-colegas quando isso acontecer –, voltando ao que eu dizia, é círculo vicioso, e é bem “sonoro” também, rs – hum, se alguém souber me dizer o porquê do O naquela introdução de O jogo da amarelinha, por favor!... A propósito, se alguém for ler a introdução de O jogo da amarelinha, faça-o em espanhol, porque a tradução daqui simplesmente fez de conta que todos os “erros” propositais do texto não existiam, coisa que só fui descobrir que existia agora muito recentemente, após finalmente ter conseguido comprar a versão original. And it’s changed my life, and will change yours, I know it. I’m sure of it, rs). E sem motivo aparente (vai saber o que há no fundo fundo-mesmo do meu poço... Eu, hein? Dá até medo, ou nojo, ou whatever, rs), o que é muito pior (todo mundo sabe, ou deveria saber, que, pra cada tipo de fogo, existe um extintor adequado, não dá pra sair por aí querendo apagar incêndios e salvar vidas assim de qualquer jeito). Já disse que não é TPM.** E nem era solidão desta vez. A tarde toda assistindo a outros comer(em?) coxinhas de Bueno de Andrada que ficaram famosas em nível estadual depois que o nosso Ignácio publicou uma crônica (genialmente, rs) intitulada “As coxinhas douradas de Bueno de Andrada” no Estadão e ouvindo os outros conversar(em?) sobre assuntos sobre os quais se conversa quando se está em Bueno de Andrada comendo coxinhas de Bueno de Andrada. O jeito como estruturei este último período certamente deu a impressão de tédio, o que é proposital (sou uma aspirante a escritora consciente, rsrsrs! Ou aspirante consciente a escritora – não necessariamente consciente? Hum, me pegou), mas não é justo, apesar do tamanho da cidade (cidade? Distrito? Whatever) e do fato de eu agora não poder mais comer coxinhas de Bueno de Andrada, nem de anywhere else, já que completei um ano de vegetarianismo experimental em doze de junho último (pois é, agora já podem escrever um artigo de jornal sobre isso também, com a data precisa e tudo, “doze de junho último”, rs – hum... Título de historinha de amor trágica... Hum!). A companhia era boa (e todo mundo sabe, ou deveria saber, que é a companhia que conta quando se vai a Bueno de Andrada comer – no meu caso, assistir a outros comer[em?] – coxinhas de Bueno de Andrada no feriado do aniversário de Araraquara, e em um determinado número de outras situações mais). E nem foi o fato de que eu provavelmente morrerei sem experimentar as tais coxinhas douradas (hum, pegou mal isso, rs – mente poluída a sua, não, caro leitor? Como diria o Machado, sem a parte do “mente poluída a sua”, claro – bom, pra quem encheu um capítulo de dedutíveis “cenas tórridas”, pra época, claro, com reticências... ... ... Pra bom entendedor...) o que me deprimiu, acho. Espero. Minha mãe, coitada, o dia todo fazendo limpeza em casa, tentando dar um jeito na minha vida por mim (já cansei de explicar pra ela que há certas coisas que ninguém pode fazer por ninguém, como ir ao banheiro, por exemplo, mas ela insiste em tentar – tudo bem ela ter passado os primeiros anos da minha vida limpando a minha bunda, mas aí a querer ir ao banheiro por mim...), e é justo em cima dela que desconto, que sempre desconto, tudo isso que deve ser como uma gosma verde e ter um nome bem feio e ficar entupindo o meu peito (catarro? rsrsrs). Eu sou uma menina má (and, as the saying goes, good girls go to heaven, bad girls go everywhere – hum, I like it, rs). E nem tenho vergonha de admitir, ainda por cima, má, muito má. Mas um dia quero escrever sobre uma história que me contaram entre duas mordidas (só duas é modo de dizer, claro, licença poética) numa coxinha de Bueno de Andrada: 01. fidalgo da cidade (cidade provinciana, mas cidade mesmo, não distrito, cidade segundo a nossa idéia de cidade, e não segundo a idéia mexicana de cidade, coisa muito maior e coisa e tal) se apaixona perdidamente por moça da vida e, para a sua (in-?)felicidade, é correspondido; 02. algo (ou seja, a família do fidalgo – fidalgo, sacaram? Filho-de-algo, como nos ensinam na escola. Algo. Filho de algo. Algo = família. Péssima piada, eu sei, perdoem-me) proíbe que os dois se casem e vivam felizes para sempre; 03. os dois fogem juntos até um lugar bem romântico (conforme eu deduzo da descrição que me fizeram e da qual já me esqueci, rs) e tomam veneno para se unir(em?) na eternidade e tal; 04. o “algo” compra a polícia da cidade e faz de conta que uma morte não tem absolutamente nada a ver com a outra. Pois é, se for mesmo “verdade” (verdade? E o que é “verdade”?), temos um Romeu e Julieta caipira do começo do século passado. Dá até pra identificar as tais fases da narrativa, do programa ou do esquema narrativo ou de sei-lá-como-a-teoria-semiótica-chama-isso, todas as manipulações, as perfórmances e as sanções, tudo aquilo de equilíbrio-desequilíbrio-equilíbrio, essas coisas lá de antes do primeiro Romeu e da primeira Julieta (primeiros literariamente falando, pelo menos), coisa antiga isso de morrer de amor, né? Um dia ainda escrevo sobre isso. Sobre isso tudo. Isso tudo e muito mais, espero (ou não, já que dizem que, no fundo, todo autor escreve sempre sobre a mesma coisa, a mesma coisa disfarçada de outra coisa, a mesma coisa disfarçada de coisa nova, mas isso é conversa pra duas outras mordidas numa coxinha de Bueno de Andrada).

* E agora me lembrei de ifyou’refeelingsinister,gooffandseeaminister,etc.. Lembrança boa. Lembrança má. Lembrança.
** E agora me lembrei de parececocaína,masésótristeza, tudo a ver, rsrsrs. Sem lembranças específicas. Ou melhor, com lembranças específicas, mas sem o peso da bondade ou da maldade.

Ah! A tradução do tal ditado: “Meninas boas vão para o céu; meninas más vão para qualquer lugar.” ;)
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(créditos: Belle & – and? – Sebastian – Sebastien? –, Legião Urbana e minha amiga C... M... J... – vai que ela quer preservar o anonimato, rs... –, que, por sua vez, ouviu a historinha trágica de um outro alguém de cujo nome não me lembro e que também não faz a mínima diferença neste momento – ah, tem a Xuxa também, no título, claro, como poderia me esquecer? rs)