quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Für Simone

Um “Vida e Obra de Edgar Allan Poe” de-li-ci-o-so (que é assim que a gente separa “delicioso” quando quer enfatizar isso do delicioso, “de-li-ci-o-so”, e não “de-li-cio-so”, como manda a gramática) que encontrei na famosa edição de suas Histórias Extraordinárias (que, pelo que entendi, são os tais Contos do Grotesco e do Arabesco, acrescidos ou não de alguma coisa, não sei – super explicação a minha, não?) lançada pelo (infelizmente) extinto Círculo do Livro:

“EDGAR ALLAN POE nasceu em Boston, EUA, em 1809, de um casal de atores fracassados. [Ótimo começo, rs. E não é o máximo essa construção “nascer de”? Quase como se ele tivesse brotado ou coisa que o valha, rs. E isso de ter “nascido de” um casal de atores fracassados, então? “Outsider” por uma questão genética, rs. E gênio pra compensar o destino dos pais, claro.] Órfão aos dois anos, adotado por rico comerciante, viajou pela Escócia e Inglaterra, recebendo esmerada educação clássica. [Desgraça pouca é bobagem, como dizem, os pais tinham que morrer, os dois, além de serem um fracasso... Mas, como também dizem, há males que vêm pra bem, então... Horrível, eu sei.] Em 1826, freqüenta a Universidade de Virgínia, estudando grego, latim, francês, espanhol e italiano, mas abandona o estudo por causa do jogo. [Ótimo motivo!!! rsrsrs] No ano seguinte, retorna a Boston, onde publica Tamerlão e Outros Poemas, e, em 1829, um novo volume de poesias: Al Aaraaf, Tamerlão e Poemas Menores. [Adorei os nomes, rs. Se alguém puder me explicar o que é “tamerlão”, por favor...] Ingressa na West Point, mas é expulso por falta às aulas. [Simpatizei com o cara, rs.] Dedica-se então à literatura, numa vida nômade e inconstante, partindo para Nova York, o maior centro literário americano da época. [A figura do (anti-)herói básico, rs.] Em 1831, publica Poemas; em 1833, com Manuscrito Encontrado numa Garrafa ganha um prêmio de 50 dólares e torna-se redator e editor do Literary Messenger; mas é demitido por abuso de bebida. [AH, será que foi essa a inspiração do meu querido Julio para o título do seu “Manuscrito encontrado num bolso”?! Que, aliás, não rendeu prêmio em dinheiro, imagino, mas sim um filme (brasileiro, ainda por cima!) que dizem ser muito legal. Voltando ao Poe, primeiro o jogo, e lá se vai a escola, depois a bebida, e lá se vai o emprego. And he couldn’t care less. Pois é.] Em 1838, em Filadélfia, trabalha como editor no Button’s Gentleman Magazine. [Muito “gentleman” ele, muito “gentleman”, indeed. Ah, e que frescura é essa de “em Filadélfia”, e não “na Filadélfia”?] Escreve A Queda da Casa de Usher e Contos do Grotesco e do Arabesco. [E como desassociar vida e obra neste caso, caramba?! rs] Em 1840, demite-se do Button’s e, em 1841, passa a editar o Graham’s Magazine; nele publica seu primeiro romance policial, Os Crimes da Rua Morgue, e, em 1841, o conto policial O Escaravelho de Ouro, que lhe dá 100 dólares de prêmio, além de prestígio e publicidade. [Podiam ter pelo menos escrito “também em 1841 publicou...”, pra não ficar tão repetitivo. Chatices minhas, I know it. Falando nisso, coisa chata escrever pruma revista de “gentlemen” – legal é escrever sobre o dark side, ganhar muitos dólares (pra época, claro, conforme imagino) e, ainda por cima, ficar famoso! rs] Em 1848, em Nova York, escreve A Balela do Balão e torna-se subeditor do Evening Mirror, onde publica o célebre poema O Corvo. [Gostei da... aliteração – sim, e da assonância também – do título, ba-le-la do ba-lão, mas não gostei do uso de “onde” no lugar de “em que” – poxa vida, qualquer vestibulando sabe que “ondeépralugar”, rs. Ainda não li “O corvo”. Vou ler pra próxima aula e depois volto a este espaço tosco pra relatar minhas impressões – ou não, como diria o Caetano e umas amigas minhas.]
Certo dia, após uma bebedeira, é encontrado inconsciente numa rua. [Tsc, tsc... rs] Levado para um hospital, vem a falecer em 1849. [Chique isso, “vem a falecer”. Tem gente que não morre, vem a falecer, rs.] A base de toda a prosa de Poe apóia-se no fantástico das exacerbações da natureza humana: alucinações, cuja lógica ultrapassa a da consciência habitual; mentes inquietas e febris; personagens neuróticas; o duplo de cada homem. [Gostei disso! Por que será? rs] A impressão de realismo é criada dentro do irreal. [Legal, danem-se as fronteiras do “possível” – hum, ou melhor, danem-se não (ele era bem “racional”, apesar de tudo, rs); expandam-se seria mais adequado, sim.] Os cenários são brumosos, repletos de elementos de morte e fatalidade. [Mais uma vez: por que será?!] O fatalismo e o mergulho no lado desconhecido da alma humana revelam uma vivência pessoal que fez de Poe um dos principais “escritores malditos” da Literatura Universal. [Falei do tal “dark side”, e de como é difícil separar as coisas (vida e obra) no caso do Poe, e também dos tais malditos – os “outsiders”, frescura isso, rs.] A influência de Poe estendeu-se à poesia simbolista, à ficção científica, ao romance policial moderno e psicológico. [Tudo muito legal – e ao Cortázar, mais legal ainda!!! rs] Em 1848, Contos do Grotesco e do Arabesco foi publicado na França como Histórias Extraordinárias, por Baudelaire. [Seu leitor, seu irmão – ah, sim!... Seu duplo, como queria o já duas vezes mencionado Cortázar, meu amorzinho-mor, rs.]

Não é uma delícia de texto? rs Whatever. Eu achei. Li no ponto de ônibus e me diverti. Delícia maior ainda é ler o Poe em si (well, not exactly that, não o Poe em si, claro, e sim seus contos – bom, deixa pra lá, viagens minhas). Pena que este post já ficou imenso, se não eu copiaria uns trechos também divertidíssimos (e geniais) do conto que estava relendo (deveria dizer “estou relendo”, já que ainda não terminei, detalhe) pra aula de hoje, “A carta roubada”. Anyway, fica a recomendação, a quem ainda não leu e a quem já leu também. E vamos ver se eu volto com “O corvo” (se eu volto com o corvo – hum, mais viagens, rs). Ah, teve também umas pesquisas rápidas sobre o uso do infinitivo pessoal no português hoje, coisa que nunca entendi (e continuo sem entender – o infinitivo pessoal? O hoje?). Se achar que vale a pena, talvez eu faça a boa ação de explicar aqui o pouco que encontrei no pouco que pesquisei sobre o assunto. Vai que isso salva uma alma ou duas. Hum, se alguém souber me explicar colocação pronominal no português, por favor, manifeste-se (está certo, né? “se alguém souber, manifeste-se”? rs)! Podemos até inaugurar um NLP (leia-se “Nossa Língua Portuguesa”) nisto aqui, why not? rs OK, I’m shutting up. But not forever, afinal, isto aqui não é um casamento, e – shut up
!

2 Comments:

Blogger Ela é said...

Bruna, que saudades de vc!!!!! agora ficaremos olhando as nossas tristezas juntas...

3/9/06 22:43  
Blogger Ela é said...

bru, saudades!!!!

3/9/06 22:44  

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