sábado, 4 de fevereiro de 2006

Um dia após o outro

Ainda secando as lágrimas de ontem, ainda segurando paredes para não cair, eu me deito, eu me levanto, duas canções da Adriana enquanto tomo banho e “I’ll stand by you” antes de sair, I try to pretend I don’t need anyone to stand by me, that’s almost believable in the way I lock the gate, mas me esqueço da lixa de unha e tenho que voltar, mas me esqueço da garrafa de água e tenho que voltar mais uma vez, maldito bar e seu barulho, bendito sesc e sua música, antecipo as canções e sorrio, antecipo os livros e sorrio mais, procuro o funcionário e a encontro, o amigo encontro sem procurar mesmo, Ricardo Piglia e Henry Miller, work hard, play harder, perdi tanta coisa boa no ano passado, não posso me esquecer do cartaz que anuncia a Duncan, pelo sim, pelo não, escutar as tristezas e as alegrias alheias e silenciar as próprias por um momento, a lixa de unha fica as duas horas dentro da bolsa, mas um dos charges não fica nem dois minutos em cima da mesa, sim, chocolate, não álcool, não hoje, nem amanhã, amanhã é dia de ser séria e santa, ainda que ontem tenha sido um dia filho-da-puta.

não precisa medo, não, não precisa da timidez, todo dia é dia de viver
(créditos: Milton Nascimento – não é mania, é coincidência)

[traduções: 1. tento fingir que não preciso de ninguém para ficar do meu lado, isto é quase crível no modo como tranco o portão 2. trabalhe muito, divirta-se mais ainda]