Dos deveres

Dia dedicado à academia. (não, ainda não me converti, embora deveria, motivos de saúde-e-estética, refiro-me ao culto da mente, não do corpo, e quero só ver eu acordar às sete pra caminhar todo-santo-e-todo-maldito-dia) Livro debaixo do braço, por-que-trago-se-sei-que-não-vou-conseguir-ler, livro deixado no escaninho, por-favor-não-se-extravie, e eu, que sempre carrego tudo-quanto-é-documento na carteira, me esqueci do pouco útil título de eleitor, motivo talvez inconsciente, nunca mais voto em porcaria-de-candidato-nenhum, motivo bem consciente, decepção. Falando em obrigações, bom saber dos meus prazos-e-dívidas, sempre tão atenciosa, sempre tão paciente, a mariaclara. Quanto aos meus direitos, que não são só meus, mas nossos, dois abaixo-assinados assinados, e seja-o-que-vier, pra esse tipo de coisa até que não sou tão covarde, acho.

(mas que engraçado os dois menininhos no ônibus dizendo que pareço sei-lá-com-quem-ou-o-quê, mas que coisa o olá-tudo-bom do ele-entrando-eu-saindo, mas que bom o eu-te-ligo-depois do se-formos-juntas-eu-vou)

Empate, não encontrei com algumas das pessoas com quem gostaria de ter encontrado, mas também não encontrei com algumas das pessoas com quem não gostaria de ter encontrado, life’s not unkind, and I don’t mind, after all. Internet e telefone tornados realmente úteis, lá-vamos-nós para o Rio de Janeiro, então, se os deuses do Olimpo assim o permitirem, claro. Convites feitos, convites a fazer, não posso me esquecer.

and if a double-decker bus crashes into us, to die by your side is such a heavenly way to die

(que isso não seja um mau agouro, zeus-nos-livre, é que gosto tanto do som dessa frase, gostaria de conseguir um sotaquinho britânico como esse)

(créditos: Milton Nascimento, Pink Floyd, The Smiths)