terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Constança, meu bem, constança

Meses de a-gente-precisa-combinar-alguma-coisa. Finalmente. Biblioteca, segunda, oito horas, não me esqueci. Cinema, porque bar na segunda. Duas opções, ambas de conteúdo sócio-alguma-coisa, ambas já vistas, não me importo. Crash – no limite. Não, O jardineiro fiel. Rever o filme após as premiações e as indicações, então.

Como se trata de cinema, não de DVD, e as citações do imdb não me chamaram tanto a atenção, serei breve desta vez. Há frases ótimas, claro, o Dr. Lorbeer comparando a indústria farmacêutica ao contrabando de armas, Tessa e depois Justin defendendo a idéia de que o fato de os problemas mundiais serem muitos não justifica cruzarmos os braços e não fazermos ao menos o mínimo que podemos para ajudar, Ghita deixando implícito a Justin que Tessa não achava necessário contar a ele que seu amigo Arnold era homossexual porque acreditava na confiança mútua... Falando no casalzinho, uma foto, foto que, aliás, me lembrou um pouco uma de O morro dos ventos uivantes, também protagonizado pelo Ralph Fiennes, seguem as duas para comparação:

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Diferentes, é claro, mas com alguma coisa em comum (o ator?), como diriam as velhas propagandas do Free, propagandas de que eu gostava muito quando criança, provavelmente porque as considerava inteligentes, melhores do que as do Marlboro com aquele cowboy nada-a-ver, ainda bem que nunca fui cabecinha fraca o suficiente pra começar a fumar por causa disso. Voltando ao assunto que interessa, não vi Cidade de Deus ainda, sim, alienadinha a moça, mas o Fernando Meirelles já me ganhou só com esse seu Jardineiro, falando nisso, um jardineiro desses, hein, ia colocar só uma foto do Fernando aqui, pequena homenagem, mas vou pôr uma do Ralph-Fiennes-como-Justin-Quayle, parodiando o Justin-Quayle-como-Michael-Adams do filme, especialmente pra você, Ju, que disse não saber quem ele é, um dos meus Top 5, quesitos útil e agradável:

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Nada de fotos da Rachel, meninos, economia de espaço, mas admito que ela é uma beldade mesmo e, melhor, uma beldade com talento, ótimo quando o agradável se une ao útil, estou torcendo por ela no Oscar, por ela especialmente como representante do nosso Meirelles, sem contar a indicação para melhor trilha sonora, ouvi-o dizer na TV que ficou agradavelmente surpreso, é o cara que trabalha com o Almodóvar, trabalha muito bem mesmo, prestei mais atenção à trilha desta vez e gostei muito, há uma cena ótima, música forte, africana enquanto o garçom está na cozinha muda imediatamente para música suave, européia quando ele cruza, bandeja em uma das mãos, a porta da cozinha para o salão.

Fecho este post com uma dúvida, ou meus ouvidos muito me enganaram ou a cena da despedida no aeroporto não é a mesma no início e no final do filme, primeiro pensei ter ouvido um “see you in a few days”, depois um “see you in a couple of days”, se alguém for ver no cinema e puder prestar atenção nisso e me contar depois, agradeço muito, ou se alguém for alugar o DVD e também puder prestar atenção nisso e me contar depois, agradeço muito também, como se fizesse muita diferença, mas deveria fazer, e pra mim faz, chata que sou.

P.S.: Outra dúvida, mais idiota ainda, o Fernando Meirelles não lembra bastante um desses atores-mirins que trabalham na Globo, um loirinho, famoso até, o sorriso é o mesmo, acho, apesar de o sobrenome, se não me engano, não ser o mesmo, será que são parentes?

(créditos referentes ao título do post: trecho de uma cantiga de roda que conheço por causa de Hoje é dia de Maria, preciso comprar o livro com o roteiro, aliás, adorei, a primeira parte, pelo menos, a cantiga pode ser ouvida aqui)